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Emagrecer é só fechar a boca?

Descubra como emagrecer de forma saudável e sustentável, sem cair nas armadilhas de maus conselhos.


Emagrecer é um dos objetivos mais comuns na sociedade atual, e muitas vezes a solução proposta parece simples: “é só fechar a boca”. Mas será que esse clichê reflete a realidade do processo de emagrecimento? Na verdade, emagrecer é muito mais complexo do que simplesmente reduzir a ingestão de alimentos. Existem diversos fatores que influenciam o emagrecimento, que vão desde a densidade calórica dos alimentos até o estado mental e o ambiente em que estamos inseridos. Vamos explorar esses pontos.


Densidade calórica: não é só o quanto você come, mas o que você come

Um dos maiores erros ao pensar que “fechar a boca” é suficiente para emagrecer está relacionado à densidade calórica dos alimentos. Densidade calórica é a quantidade de calorias presente em um determinado volume de alimento. Alimentos como nozes, chocolates e queijos possuem alta densidade calórica, o que significa que mesmo pequenas porções podem conter muitas calorias. Assim, mesmo reduzindo o volume total da alimentação, ainda é possível consumir um excesso de calorias, levando ao superávit calórico e à dificuldade de emagrecer.


Em contrapartida, alimentos de baixa densidade calórica, como vegetais, frutas com alto teor de água e folhas verdes, permitem maior volume alimentar com menor aporte calórico, promovendo saciedade e ajudando no déficit calórico necessário para o emagrecimento. Ou seja, não se trata apenas de comer menos, mas sim de escolher os alimentos certos.


Controle da fome: o equilíbrio para o sucesso

Outro ponto crucial é o controle da fome. A fome é um dos principais fatores que dificultam a adesão às dietas e o sucesso no emagrecimento. Dietas que simplesmente restringem de forma drástica a quantidade de alimentos podem levar a um aumento na fome, desregulando a sinalização hormonal que controla esse apetite. A longo prazo, isso se torna insustentável.


Portanto, o sucesso no emagrecimento depende de um equilíbrio: é preciso reduzir a ingestão calórica de maneira que seja possível controlar a fome, sem gerar uma restrição tão severa que torne o processo insustentável. A escolha de alimentos ricos em fibras, proteínas magras e com baixa densidade calórica ajuda a aumentar a saciedade, favorecendo a adesão ao plano alimentar.


Fatores mentais: o papel do relacionamento com a comida

O relacionamento com a comida é outro aspecto importante. Muitos indivíduos desenvolvem um relacionamento conturbado com a alimentação, utilizando a comida como um meio de lidar com emoções, sejam elas positivas ou negativas. Comer deixa de ser apenas uma questão de necessidade fisiológica e passa a ser uma forma de buscar conforto ou aliviar tensões.

Para essas pessoas, a simples restrição alimentar pode ter um efeito oposto ao desejado, agravando o relacionamento disfuncional com a comida e, consequentemente, frustração. Trabalhar a relação com a alimentação, promovendo uma visão mais saudável e consciente, é essencial para que o emagrecimento aconteça de forma sustentável.


Fatores ambientais: o impacto do ambiente em que vivemos

Não podemos esquecer dos fatores ambientais. Vivemos em um mundo onde o acesso a alimentos palatáveis e de alta densidade calórica é extremamente fácil, e onde somos constantemente expostos a campanhas publicitárias que nos incentivam a consumir cada vez mais. Além disso, é comum que no ambiente familiar haja resistência às mudanças de hábitos, sobretudo os alimentares, o que, evidentemente, dificulta quem busca emagrecer. Este ambiente obesogênico torna muito mais difícil a adoção de uma dieta extremamente restritiva.


Pessoas que têm um relacionamento desordenado com a alimentação e que estão inseridas nesse tipo de ambiente enfrentam grandes desafios para seguir dietas muito restritivas. É fundamental que o ambiente seja modificado — reduzindo o acesso a alimentos gatilhos, por exemplo — e que sejam implementadas estratégias que ajudem a pessoa a fazer escolhas mais saudáveis de forma consistente.


Conclusão: emagrecer é mais do que fechar a boca

Em resumo, emagrecer é muito mais do que simplesmente fechar a boca. É preciso considerar a densidade calórica dos alimentos, encontrar um equilíbrio que permita o controle da fome, trabalhar o relacionamento com a comida e adaptar, na medida do possível, o ambiente em que vivemos. Emagrecer de forma saudável e sustentável requer uma abordagem ampla, que leve em conta os aspectos fisiológicos, psicológicos e ambientais envolvidos no processo.


Portanto, ao invés de pensar apenas em comer menos, é necessário pensar em comer melhor, entender os sinais do corpo e buscar mudanças que sejam sustentáveis a longo prazo. Afinal, o verdadeiro objetivo não é apenas perder peso, mas ganhar saúde e qualidade de vida.

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