Quando É Realmente Necessário Suplementar Vitaminas e Minerais?
- Dr. Eduardo Fidelis
- 11 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Nos últimos anos, a ideia de que todos precisam suplementar vitaminas e minerais ganhou grande popularidade. Produtos prometendo um aumento instantâneo de energia ou uma melhoria significativa na saúde geral se multiplicaram, assim como a moda da "soroterapia" — reposição endovenosa de vitaminas e minerais — que se espalhou entre aqueles que buscam soluções rápidas e aparentemente milagrosas. No entanto, é preciso ter cautela: a suplementação desnecessária pode não apenas ser ineficaz, como também representar riscos à saúde. Vamos esclarecer em quais situações, de fato, faz-se necessário suplementar vitaminas e minerais.
1. Carência ou deficiência devidamente diagnosticada
O principal motivo que justifica a suplementação de vitaminas e minerais é a carência ou deficiência comprovada. Esse diagnóstico não deve ser feito de forma superficial, mas sim baseado em uma anamnese detalhada, exame físico adequado e exames laboratoriais que confirmem a deficiência. Apenas uma abordagem completa permite identificar se há uma carência que deve ser corrigida por suplementação, evitando a reposição desnecessária e potencialmente prejudicial.
2. Desequilíbrio entre demanda e oferta
Em algumas situações, existe um desequilíbrio entre a necessidade de vitaminas e minerais e a quantidade obtida da dieta. Pessoas com gasto energético elevado, como atletas e esportistas, ou aquelas cuja dieta é pobre em frutas, legumes e vegetais, podem precisar de suplementação. Nesses casos, a ingestão alimentar pode não ser suficiente para atender às demandas, e a suplementação se torna necessária para prevenir deficiências que poderiam comprometer a saúde e o desempenho.
3. Grupos de risco
Certos grupos têm maior risco de desenvolver deficiências nutricionais devido a condições fisiológicas ou patológicas. Mulheres com fluxo menstrual abundante, por exemplo, apresentam risco elevado de anemia por deficiência de ferro. Idosos e pacientes pós-bariátricos frequentemente têm má absorção de nutrientes e podem precisar de suplementação. A vitamina B12 também é recomendada em situações específicas, como para pessoas em uso crônico de metformina, um medicamento utilizado no tratamento do diabetes tipo 2, e para veganos, que não consomem alimentos de origem animal. Esses grupos podem se beneficiar de suplementação orientada por um profissional de saúde.
4. Benefício bem estabelecido para uma condição específica
Existem situações em que a suplementação é amplamente recomendada e aceita devido ao seu efeito benéfico comprovado para uma condição específica. O exemplo mais clássico é a suplementação de ácido fólico (folato) para gestantes, a fim de prevenir defeitos do tubo neural nos bebês. Da mesma forma, a suplementação de vitamina D pode ser necessária em regiões com pouca exposição solar, para manter a saúde óssea.
O risco da suplementação desnecessária
Suplementar sem necessidade, além de ser um desperdício financeiro, pode ser perigoso. Vitaminas e minerais, quando ingeridos em excesso, podem causar toxicidade e efeitos colaterais graves. Por exemplo, o excesso de vitamina D, que infelizmente tem se tornado comum, pode levar à deposição de cálcio em tecidos moles, incluindo o pericárdio, dificultando o adequado funcionamento do coração.
Portanto, a suplementação de vitaminas e minerais deve ser sempre individualizada e baseada em uma necessidade real, comprovada por um diagnóstico preciso. Não há uma solução universal, e a melhor forma de garantir a saúde é manter uma dieta equilibrada e diversificada, que forneça todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo.
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