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Esofagite Grau A e Gastrite Erosiva: Como Garantir Remissão Sustentada sem Dependência de Medicamentos

A prevenção da recidiva na DRGE e gastrite leve exige estratégias inteligentes: terapia sob demanda, medidas comportamentais e vigilância constante.


“Curar não é erradicar, é preservar”. Esta máxima clínica descreve, com singular precisão, o desafio que envolve o tratamento da esofagite erosiva grau A e da gastrite erosiva leve de antro em pessoas jovens. Embora o tratamento inicial alcance a cicatrização das lesões, a verdadeira questão surge logo em seguida: como garantir que o paciente permaneça livre de recidivas sem recorrer indefinidamente a terapias intensas? Em um cenário em que a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) se apresenta como patologia crônica e recorrente, o manejo em longo prazo torna-se tão crucial quanto a intervenção inicial.


Não há ilusão: a suspensão da terapia supressora ácida frequentemente culmina em recaídas. Estudos de seguimento confirmam que a maioria dos pacientes com esofagite grau A/B volta a apresentar sintomas ou erosões em poucos meses. No entanto, a solução não reside na permanência irrestrita do inibidor da bomba de prôtons (IBP). A literatura é clara: em casos leves e sem complicações como o esôfago de Barrett, a terapia sob demanda (on demand) é segura e eficaz.


De fato, metanálises demonstram que o uso intermitente de IBPs oferece resultados equivalentes à terapia contínua em termos de prevenção de falhas terapêuticas e controle sintomático. Para esofagite grau A/B, o regime sob demanda reduz em cerca de 50% a exposição global aos IBPs sem comprometer a remissão, minimizando riscos relacionados à terapia prolongada.


Em pacientes com sintomas mais persistentes ou noturnos, o recurso a bloqueadores H2 noturnos surge como alternativa viável, ainda que limitado pela tolerância farmacológica. Para aquelas com recidivas mensais ou mais frequentes, considera-se o IBP em baixa dose diária, sempre buscando a menor dose eficaz para manter a remissão.


No que concerne à gastrite erosiva antral, a perspectiva é distinta. Uma vez eliminados os fatores causais (como o Helicobacter pylori e uso de AINEs), a recidiva tende a ser rara. A profilaxia, portanto, foca em evitar agressões futuras: manter uma dieta adequada, restringir álcool e tabaco e escolher analgésicos não ulcerogênicos.


Medidas comportamentais não são meramente acessórias, mas pilares da prevenção. O jantar deve ser realizado até três horas antes de dormir, a cabeceira da cama deve ser elevada e o peso corporal deve ser mantido estável. Estudos mostram que tais ajustes reduzem significativamente o refluxo supino. Ademais, o controle do estresse e da ansiedade, sabidamente relacionados à exacerbação de sintomas gastrointestinais, é parte indispensável do manejo integral.


Por fim, a possibilidade cirúrgica não se justifica em casos leves. A fundoplicatura laparoscópica é reservada a situações refratárias ou intolerância medicamentosa, sendo inapropriada para mulheres jovens com esofagite grau A responsiva a terapias conservadoras.


Conclusão

Em síntese, o caminho para a prevenção sustentada da esofagite grau A e da gastrite erosiva leve passa por uma estratégia em duas frentes: manter medidas comportamentais rigorosas e utilizar a menor dose possível de supressores ácidos, preferencialmente sob demanda. Com esse enfoque, alia-se o rigor científico à prudência clínica, garantindo à paciente jovem uma vida livre de sintomas sem o fardo da medicação crônica.


Este paradigma não apenas resguarda a qualidade de vida, mas também reflete o atendimento do Dr. Eduardo Fidelis, cuja prática se baseia em educar o paciente para a autonomia e na seleção criteriosa de intervenções seguras e embasadas na melhor evidência disponível.


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